"Eu sou completamente favorável a essa ferramenta. Coaching é uma relação de desenvolvimento, na qual coach e coachee estabelecem mudanças comportamentais necessárias, identificadas pela organização – que são acordadas entre coach, coachee e a empresa (incluindo o RH), capazes de melhorar a performance do coachee. Os resultados de melhoria de performance e ajuste de atitude devem ser observáveis a curto e a médio prazo. Ao término do contrato, que tem tempo e objetivos claros do que se deseja atingir, o coachee deve estar pronto para agir. Na minha opinião, o coach pode ser interno ou externo à empresa. O interno tem a vantagem de entender a cultura, o contexto. Por meio da dedicação do seu tempo a essa atividade, ele demonstra para a companhia que desenvolvimento humano é prioridade e que todos os líderes, desde que bem-intencionados e bem preparados, são capazes de fazê-lo. O programa ganha força quando a organização prestigia os líderes que se saem melhor como coaches. O coach não precisa ser um técnico na área do coachee, já que o foco não é técnico, e sim comportamental, e deve ser capaz de fazer perguntas mais do que de dar respostas. Eu tive excelentes experiências com coaches internos que foram muito bem preparados para esse papel, portanto, recomendo. Acredito que depois da capacitação como coach interno, o executivo se torna um chefe muito melhor. Não se pode confundir o coaching com o mentoring, que estabelece um diálogo de desenvolvimento entre um profissional sênior ou que ocupa uma alta posição na hierarquia e alguém mais júnior. Espera-se que o executivo transfira um pouco de sua experiência ou inspire o mentee. Aqui a reflexão é mais importante que a ação. Para quem está pensando em implantar um programa de coaching, eu apenas recomendaria verificar a qualificação dos coaches externos. Eu tive ótimas experiências com consultoras com formação em psicologia, certificadas em metodologias de coaching. Porém, também tenho encontrado muitas pessoas bem-intencionadas, mas mal preparadas para esta tarefa.”
Paula Traldi, Diretora de RH da Novartis
Paula Traldi, Diretora de RH da Novartis
"Em linhas gerais, s ou a favor d o coaching como ferramenta de gestão. É um processo em que se discute muito o autoconhecimento e acredito que as pessoas investem pouco nisso num ambiente que exige muito. Acredito que as grandes falhas corporativas ocorrem justamente por questões de atitude. Nesse caso, quando bem-feito, o coaching é bom porque o coachee vai ouvir as perguntas certas – e fica mais fácil encontrar as respostas. É importante dizer que o coach não dá as respostas e não deve direcionar. Na minha opinião, para que o processo seja eficiente é preciso: 1) entender se existe a necessidade de ter um coach para tal situação; 2) ter um briefing da empresa – saber o que a companhia espera do processo. O sucesso do coaching está no entendimento entre as partes; 3) estudar o caso antes para não correr o risco de confundir coaching com terapia. Muitos executivos estão com desequilíbrio de ordem psicólogica, e não profissional. Tem gente que acha que o coaching vai resolver todos os problemas dos executivos – do desequilíbrio ao mau feedback. Não dá para usar o coaching como fuga. A falha, muitas vezes, está em cima – de quem pensa em mandar todo o time para fazer um coaching. Não são raros os casos em que o chefe é quem precisa passar pelo processo, e não o subordinado.”
Fernando Moreno, Diretor de RH da Saint-Gobain Distribuição Brasil
Fernando Moreno, Diretor de RH da Saint-Gobain Distribuição Brasil
"Sim, acredito no coaching como uma ótima ferramenta, desde que bem usada. É preciso saber claramente o que se espera do processo. Por isso, o contrato precisa ser bem acordado entre as duas partes – empresa e coach –, para não frustrar expectativas. O executivo é muito só e o coaching dá a oportunidade de trocar ideias, além de ajudar no seu desenvolvimento. É um processo muito interessante de crescimento para o profissional e, em alguns casos, até doloroso. Para a empresa é, sem dúvida, eficiente. Eu não acho que o coaching deveria ser aplicado apenas aos executivos. Os jovens da Geração Y e os trainees também deveriam passar por esse processo – já que falta, a muitos deles, maturidade. Acho fundamental também que o profissional aceite ter um coach e perceba a importância que isso pode trazer para sua carreira. Por isso também a empatia, a química, é muito importante entre coache e coachee.”
Leda Machado, Diretora de RH da Eaton
Leda Machado, Diretora de RH da Eaton